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Categoria : Educação
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Ribeira Grande,06 Jun (Inforpress) – O ministro da Educação, Amadeu Cruz, afirmou hoje que o Governo quer universalizar o ensino pré-escolar e avançar com uma reforma estruturante para garantir igualdade de oportunidades a todas as crianças de 4 e 5 anos.
Amadeu Cruz falava durante o workshop promovido pela Rede Nacional da Campanha de Educação para Todos, sob o tema “A Inclusão de Grupos Vulneráveis nas Escolas em Cabo Verde – Ênfase no Pré-Escolar”, que decorreu em Ponta do Sol, Santo Antão.
Apesar da taxa de cobertura do pré-escolar atingir actualmente os 86,4%, o ministro enfatizou que “o Governo não está satisfeito, nem os parceiros”.
Segundo Amadeu Cruz, “a única reforma que falta fazer é a do ensino pré-escolar”, apontando que o objectivo é alcançar a universalização do acesso, com uma taxa próxima dos 100%.
“Temos de avançar com esta reforma. E, por isso, mobilizámos a parceria internacional”, afirmou o governante, sublinhando que foi no âmbito do Programa de Apoio à Reforma Educativa Prioritária(PAREP), lançado em Outubro de 2024, que o país conseguiu garantir um financiamento de cinco milhões de dólares.
O ministro evidenciou que a universalização do acesso não se resume à integração no sistema, sendo igualmente essencial garantir condições para a permanência e o sucesso das crianças, sobretudo as mais vulneráveis.
“É imprescindível implementar um programa de acção social e educativa, que contemple apoio às crianças com deficiência, às provenientes de contextos periféricos e às vítimas de violência”, declarou.
A valorização dos profissionais do pré-escolar foi outro ponto do discurso de Amadeu Cruz, que detalhou o Plano de Carreira, Funções e Remunerações (PCFR), que estabelece salários base diferenciados consoante o perfil de formação das educadoras de infância – 73 mil escudos para licenciadas e 37 mil escudos para profissionais com o perfil mínimo.
O governante defendeu ainda a necessidade de formar e integrar plenamente essas profissionais na carreira, em articulação com universidades e centros de formação.
“No horizonte está a meta de, num prazo máximo de três anos, reunir as condições necessárias para declarar o ensino pré-escolar como obrigatório em Cabo Verde”, disse.
Para tal, Amadeu Cruz reiterou a importância da mobilização conjunta da sociedade, autarquias, igrejas, organizações da sociedade civil e parceiros internacionais.
Amadeu Cruz vincou também o papel do pré-escolar na iniciação à língua portuguesa e à língua cabo-verdiana, bem como na promoção de valores como a tolerância, a paz e a consciência ambiental.
“As crianças devem ser poupadas. Devem deixar de ser vítimas das fomes, da marginalização, da guerra, da violência gratuita e da violação de direitos, como infelizmente ainda acontece em várias regiões de África, na Palestina, na Ucrânia e em tantas outras partes do mundo”, afirmou.
O governante concluiu reafirmando o compromisso com a qualificação do sistema educativo, lembrando que a reforma curricular do 1.º ao 12.º ano já está em curso.”
LFS/ZS
Inforpress/Fim